domingo, 30 de janeiro de 2011

Vendido

Coloquei uma faixa na porta da minha casa esses dias. Ela dizia: meu coração foi vendido. Até a um preço que ele valia. Quer dizer, ele estava tão mau arrumado, arruinado e sem-vida, que não valeria tanto assim! Eu se visse um coração daquele não o iria querer jamais. Quem compra algo sabendo que já foi usado e abusado?! Mais abusado do que usado. Eu não compraria algo que do nada pode parar de funcionar ou se espatifar todo. Talvez nem funcione direito mais. Mas alguém tomou coragem, e resolveu arriscar! Comprou. Pra minha felicidade. Não sei se pra dele ainda. Não funciono muito bem. Já funcionei, mas resolveram enfiar algumas chaves de fendas em mim e me arrancarem um pedaço-de-coração do meu peito. Mas eu dessa vez estou disposta a costurar essa cicatriz e deixar que o comprador assopre até que pare de arder. Eu preciso me dar essa oportunidade. Necessito de dar a última chance da minha vida se acostumar de alguma forma a esse mundo. Quem sabe com a ajuda do meu comprador eu consiga! Eu sei que ele está disposto. Resta saber se o meu espírito ainda comporta outro buraco com a forma de outro homem. Ele precisa comportar. Ele precisa entender que eu preciso disso. Que é a última chance...

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Dissimulada

São 00:02 da manhã e o que eu menos quero é dormir. Isso é normal? Acho que não. Mas pra minha vida se tornou uma rotina. São dias que passam caminhando. Caminhando nada! Se arrastando. O tempo fica brincando comigo, me fazendo de bobo. Me deixando cada dia mais sem esperança. Mais desagradável e velho. Cansado demais pra prosseguir, as coisas já não tem mais graça nem fervor. É tudo simples e banal. Não quero parar de escrever, essa é a unica forma de passar os minutos. De arrancar o vidro do relógio e obrigar os ponteiros rodarem! Por que eu não consigo mudar? Tenho incapacidade nisso. Tento, tento, tento e continuo sendo o mesmo homem estúpido e cafajeste. Eu quero mudar! Por você. Porque sei que você merece o melhor de mim. Assim como você sempre me dá o melhor de si. Se é que você tem algo de ruim. Mas ainda não consegui atingir a minha mutação. E como a condição para se sobreviver é ser o mais adaptado. Eu vou morrendo. Desfalecendo. Me passa essa garrafa de vinho aí em cima da mesa. Opa! Me desculpa. Esqueci que você não mora mais aqui. Me esqueci que você não quer nem me ver. Nem pintado de ouro e nem com a minha cara de cachorro-errado-e-arrependido! Essas foram suas palavras. Eu sei que eu sou assim. Mas você quando colocou aquela merda de anel no meu dedo, prometeu me amar independente de tudo. Afirmo, tudo! Então porque você mentiu naquele dia? Você me deve uma aceitação! Um abraço e um beijo. Você prometeu isso para o resto da sua vida. Sua malvada. Mentirosa, perigosa e dissimulada. Não te quero mais também.Nada que venha de você! Nem seu perdão e muito menos você.
Por que eu insisto em mentir pra mim? Eu te quero sim. Não só te quero, como te amo e te adoro. Quero a sua foto de volta na minha mesa do escritório, e o seu perfume na minha cama! Prometo que dessa vez mudo. E se não mudar, eu já te peço perdão desde agora. E peço que me aceite de novo da próxima vez, e na outra e na que virá. Eu sou assim, idiota e ordinário. E por que não consigo viver sozinho, sem afetar a sua vida? Porque dentro de mim tem um buraco com uma forma perfeita. Onde a unica pessoa que se encaixa é você. Porque nós dois juntos somos perfeitos. Não por mim! Você faz de tudo perfeito! Até a minha pessoa-estragada.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Estrela

A unica coisa que ainda me segura nesse mundo
São esses tecidos e ossos que me encapam e sufocam!
Se não fossem eles
Já teria voltado
Para o lugar de onde vim,
O céu.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Gigantes

Nesse ano eu te desejo: felicidade. A felicidade que eu não consegui te dar. Nem com todas as flores e bombons. Nem com todas as cartas e telefonemas. Nem com a minha presença na tua cama. Te desejo felicidade longe de mim. Porque hoje sei que eu e você nunca conseguiremos ser um só. Somos grandes demais. Acho que você deve saber que quando se ama, expulsamos um pouquinho de nós mesmos para que o outro caiba lá dentro. Mas nós não conseguimos isso. Como disse, somos grandes demais. Na verdade, gigantescos! Acho que sabíamos disso desde o começo. Mas aconteceu alguma coisa, alguma luz dentro da gente que despertava a vontade de ir em frente, e tentar. Tentamos. Nos apaixonamos mas não chegou a ser amor. Pode ter sido, paixão, desejo, amizade, compaixão ou qualquer outro sentimento. Mas amor não foi. O porque não sei explicar direito. Talvez tenha sido minha bebedeira e mulherenguismo. Quem sabe também pode ter sido a sua indiferença sobre tudo isso. Você nem se importava se eu estava na tua casa ou na cama de várias-outras. Você não se preocupava com tão pouco. Isso era o que você sempre me dizia. Você é a mulher mais convicta, de si mesma e dos poderes que possuí, que eu conheço! Deve ter sido por isso. Ou talvez não. Acho que só não deu certo mesmo, não era pra dar. De repente o tempo, esse químico invisível, que dissolve compõe, extrai e transforma todas as substâncias morais [Iaiá Garcia, ASSIS, Machado] Tenha ditado ao destino, para que nós não fôssemos proveitosos juntos! Porém isso não quer dizer que tenhamos que ser amassados, embolados e lançados ao lixo. Não mesmo. Só não temos a necessidade de ficarmos juntos.  Mas te desejo tudo de bom nesse novo ano. Que tudo seja realmente novo! Espero que ao som dos fogos-da-virada nós sejamos totalmente restaurados. Renovados. Prontos para sermos reutilizados. Não precisamos nos esquecer. Quer dizer, eu não quero te esquecer. Mas é porque eu tenho um distúrbio de apego excessivo. As vezes, pra mim, esquecer quem tanto marcou minha vida é muito difícil. E pra mim não é necessário te esquecer. Então, chega de conversinha. Vamos. Corra! Sigamos em frente agora. Sem mãos dadas ou beijos antes de dormir. Sigamos sozinhos.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Mistura

Por que tenho que ser só eu?
                                           Me permita ser um pouco de você!
                                                                                            Me deixe ser uma mistura-de-nós..

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Cerveja!

No minuto em que saí, já quis voltar e abraçar teu corpo quente e pedir perdão por mim, pelo mundo, pelas xícaras quebradas e pela casa bagunçada. Perdão por ser assim, meio sem mim, meio sem querer você! Me deixa voltar. Eu te quero de volta! E dessa vez eu te quero mesmo. Quero me deitar no seu cabelo scarlet e deixar ele me queimar inteiro, até que dentro de mim só reste você! Quero voltar pro nosso amor-juvenil. Onde tudo o que precisávamos era de uma geladeira com cervejas e alguns cobertores. Pra nossa cama-virada-de-pernas-pro-ar e te amar durante séculos, anos, segundos, dias, e voltar ao começo de tudo isso. Quero poder esquecer a parte ruim que vivemos. Me perdoe! Me aceite, me ame. Pelo menos mais uma vez. Mais uma vez me coloca no colo, brigue comigo, mas no fim me deixe voltar. Voltar a habitar dentro do seu coração. Não me expulse! É a unica parte no mundo onde consigo me encaixar! Não quero mais viver aqui, nesse apartamento-sem-luz-sem-chão-sem-céu-sem-você-sem-mim-por-completo-sem-nossa-rebeldia-sem-nosso-amor. E por que eu resolvi te pedir pra me aceitar de volta? Porque eu continuo sendo o idiota que não sabe largar os orgulhos e as mentiras, nem a bebida e os cigarros, muito menos você. Foi por isso que eu voltei. E estou pedindo para que o que você quiser fazer comigo, faça! Pode me bater, me sangrar, me matar. Mas, pelo menos, me deixe morrer, aí, do seu lado da porta. Vamos apenas nos abraçar e beber um litro de Whisky barato, até não sentirmos mais nada, não nos lembrarmos de nada! Por favor, me olha e diz que já esqueceu, que é passado, que me perdoa e que um dia as coisas voltarão a ser como um dia foram! Eu prometo te deixar viver depois disso. Mesmo que pra isso eu tenha que me matar aos pouquinhos por minutos sem você. Ne me quitte pas, Il faut oublier, tout peut s'oublier qui s'enfuit deja. Oublier le temps des malentendus et le temps perdu a savoir comment. Oublier ces heures qui tuaient parfois a coups de pourquoi le coeur du bonheur Ne me quitte pas. Não me abandone, eu estou doente! Mentira. Doente não. Eu estou morrendo! Minha Doença? Sua-aguda-e-incessante-ausência. É, é um nome próprio, assim como Tuberculose, Escarlatina e etc. É um nome próprio porque é único e significativo. Pelo menos pra mim. Não, é só pra mim mesmo. Só eu sofro e morro com ela todos os dias. Mas eu já encontrei a cura. Você. Se você se importa com a minha existência, se dê a mim. Se não, me deixe morrer. Não estou falando isso com raiva e nem fazendo drama. Você tem as duas opções. Mesmo, assim, do fundo do meu coração, eu preferiria a primeira. Mas a escolha é totalmente sua. Não porque eu tenha te escolhido pra isso, e sim, porque você é a unica que tem poder pra isso! Vai, escolhe. Mas me deixe pedir uma coisa? Se for escolher a segunda, me faça o favor de ir ao meu enterro. E me dizer que só fez isso porque eu merecia. Só porque eu merecia um castigo, mas que você também ainda me amava verdadeiramente e que se lembrará de mim pro resto da sua vida. Mas faça um esforço. Me dê vida novamente. Eu te imploro! 

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Céu

Estou em um lugar que não sei nem o nome.
Como tiveram a coragem e a audácia de me arrancarem do céu
E me jogarem em um planeta-estranho-e-desordenado?
Sem nem ao menos terem me perguntado
Se eu conseguiria um dia
Me adequar a esses padrões-distorcidos.




Comunidade

Very Gold

"Nos demais o coração tem moradia certa, fica aqui, bem no meio do peito. Mas comigo a anatomia ficou louca, sou todo coração!" V.M

 
"O essencial é invisível aos olhos!" Saint-Exúpery