domingo, 24 de abril de 2011

Será que é assim pra todo mundo?
Ou só é assim pra mim porque eu deixo ser?

terça-feira, 19 de abril de 2011

Insolúvel

Eu era tão nova. Nem jovem era. Não passava de uma criança! Uma criança querendo ser mulher-de-verdade. Mas eu não era. Infelizmente não chegava nem perto de ser. Se fosse, talvez seria tudo diferente. Talvez hoje estivéssemos noivos e você não teria largado a faculdade. Talvez já tivéssemos viajado o mundo juntos. Talvez, Talvez. Ao certo não posso dizer, mas é o que eu queria que acontecesse. Hoje! Antes não. Antes eu me portei como uma criança-mimada. Com medo do que tinha pela frente. Com medo dos problemas. Com medo até de ser feliz demais. E por esse medo de antes, hoje sou, eu, uma mulher-de-verdade amargurada. Rancorosa. Arrependida. Arrependimento esse que tem habitado em mim por meses, anos, décadas. E ele é tão profundo, tão encravado, que tenho a máxima certeza de que ainda estará lá nas próximas. A minha unica saída seria você me deixar entrar pra sua vida de novo. Entrar de vez. Pra não sair nunca mais. Eu te juro que cresci, que agora eu estou pronta pra te amar de verdade. Do jeito que você merece. Me aceita! Me ama! Me tem de volta. Por mim. Eu nunca me perdoei pelo que te fiz. Nunca me perdoei por ter te abandonado, mesmo sabendo que isso te destruiria por dentro. Eu fui embora. Arrumei minhas malas e ainda fui indigna de me despedir por um aceno da janela do táxi e um bilhete-molhado-de-lágrimas. Eu não passava de uma ingrata, de uma maldita. Você nunca me perdoou por isso, como eu poderia me dar essa ousadia? Então me tornei nisso. Uma mulher que vive no hoje, mas que chora pelo ontem. E esse choro é tão intenso que ela tem chorado por noites. Até por dias. E não acaba. Não para de doer. Mas o pior não é isso. O pior é saber que você ainda me ama. Que ainda me tem como lembrança-de-vida. Talvez mais ruim do que boa. Mas me tem. E me dói que tu não me queiras. Que você lute contra me querer. Mas eu te entendo. Eu não te mereço. Você era tão amante. Tão meu homem. E eu não te quis. Te deixei. É, eu definitivamente, não te mereço. Quero me matar por isso. Mas morrer não seria a solução. Levaria essa mágoa-profunda até para a minha nova forma/conteúdo nessa ou em outra terra.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Fra(n)queza.

Que deve haver no mundo pelo menos uma pessoa que dê certo comigo, disso eu tenho certeza! Mas quantos buracos vou precisar abrir em mim e em outras diversas pessoas pra conseguir encontrar? Quantas garrafas eu vou ter que secar até encontrar alguém pra curar minha solidão de verdade? Eu beijo um, durmo com outro e da  mesma forma não encontro! Cansei! Quero desistir. Não quero deitar na cama de mais nenhum cara que mente pra mim dizendo que eu sou a melhor pessoa que ele já encontrou, ou que eu sou a cura para os seus problemas e solidões. Todos eles no final mentem. Fingem. Machucam. Podem parecer anjos e no final a mim aparentam ser demônios perturbando minha paz de espírito. Eu queria poder me dar a ousadia de desistir. Pelo menos por um tempo. Só pra me recuperar! Na verdade, eu queria conseguir ficar só. Eu e Eu. Mas eu não consigo. Sou fraca. Fraca no amor. Fraca pra dor. Fraquejando a cada oportunidade que me é lançada. E o pior de tudo, eu não sou franca. Nem com você, nem comigo, nem com o próximo. Eu minto. E nas minhas mentiras a pior prejudicada sou eu mesma. Mas como vou mostrar pra todo mundo que eu sou assim? Incapaz de me satisfazer com as migalhas que todos insistem em me oferecer. As vezes até trocam ou vendem. Quem quer que seja que me jogou nessa bagunça, deveria ter a obrigação de pelo menos me dar o privilégio de não precisar ficar me entregando e nem me humilhando por amor. Nem por carinho e nem por verdades. Será que meu destino é não encontrar e nem pertencer a alguém que valha a pena? É me entregar a esbórnia e esquecer essa história-fajuta de felizes pra sempre e de beijos e abraços-verdadeiros? Confesso que sinto medo. De fazer essa escolha, viver, viver e reviver, e no final acabar com o nada. Mas que diferença faz? Aparenta a mim que de qualquer forma esse será o fim. Então, porque não aproveitar agora? Fumar mais alguns cigarros, experimentar mais alguns drinks e lençóis novos! Eu não quero algemas, que me prendem e querem me possuir. Nunca pedi por isso. Pra nenhum. E a unica coisa que eles fazem é isso. Me enjaulam como uma selvagem. Como se eu não soubesse meus limites e limitações. Meu desejo é ser livre. Só queria fazer isso com alguém. Não sendo dela. Mas com ela do meu lado. Querendo ser livre também. Será que isso é possível? Ou mais uma vez estou sendo utópica? Não seria uma grande novidade.. Mas quem começou essa palhaçada ilusória de que amor tem que ser oferecido só pra um. E só pode ser recebido de um. O Amor é tão sem barreiras, sem correntes, mas nós, pobres-mortais, que tem medo da solidão e precisão de alguém garantido como companhia, insistimos em deturpar essa liberdade-amorosa, essa vontade de amar, amordaçamos o amor e mesmo assim queremos que ele cante aos nossos corações o som da vida. Mas isso é impossível. Onde reina ciúmes e posse, o amor não consegue nem ser o sucessor.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Rum!

Quem te mandou embora? Não! Não fui eu! Você se decidiu por conta própria sair dos meus braços e viajar o mundo. Não digo em pegar um avião e ir do Alabama a China e etc. Digo em me largar pra ir viver a esbórnia. Tudo que os festejos tem pra te oferecer. Como tivestes coragem? E como eu sei que você tá ai solta pelo mundo feito uma cachorra sem coleira e nem dono?! Porque um dia desses passei naquele bar onde nos conhecemos, só pra ver se conseguia olhar pr'aquela mesa-redonda e relembrar você, sentada no balcão, falando com um outro cara, e eu imaginando que se você não desse importância, eu tentaria a sorte. Substituiria essa última palavra por azar, se fosse hoje. Mas no dia foi uma jogada de grande sorte. Passei no nosso-bar e você estava lá, com o cabelo solto - você sempre usava ele preso, era como se fosse pra esconder você, te deixar um pouco mais normal, uma mortal qualquer -, um vestido com as costas nuas, uma verdadeira obra de arte! Mas não parecia você. Parecia a mulher que me ligou as cinco horas marcando um jantar para ''conversarmos'' e quando chegou lá fingiu esquecer tudo que passamos, os anos que vivemos, os cigarros que fumamos, as fotos que tiramos. Uma mulher que me devolveu tudo o que eu dei pra outra. A outra que me refiro, foi quem eu amei, mudei e transformei minha vida só pra me adaptar a ela. Aos seus medos e aos seus caprichos. Deixei até de comprar um cachorro e parei de beber rum só porque ela não gostava. Maldita. Me usou e abusou. E depois me deixou. Dizendo que não era momento, que ela tinha muita pra ver ainda. Ver, viver, haver, fumar, beber e comer. Certo. Mas você só descobriu isso naquele dia? Você precisou de anos pra perceber que não era a mim e a estabilidade que eu te dava, que você precisava? Você precisou me transformar em outro homem pra isso? Acredito que toda essa ladainha que você disse era apenas mentira. Ou que mentira foi tudo o que vivemos. Pra você é claro. Pra mim e de mim era tudo verdadeiro e intenso. Eu te amava. Amo ainda. Mesmo não querendo confessar. Mesmo querendo te esquecer. Querendo te estapear e te querendo de volta. Mesmo assim, eu ainda te amo. O pior é que você me deixou depois daquele jantar, e nunca nem um telefonema pra saber se o girassol que plantamos floresceu, ou até mesmo pra pelo menos ligar e mostrar que se importou em algum momento com o homem-incompleto que você abandonou. E agora. Agora, não! Há meses, estou eu aqui, na mesma mesa, escrevendo as mesmas palavras. Palavras que você nunca vai se interessar em ler. Sentenças que me sentenciam a tristeza-mortal. Mas, pelo menos ainda tenho os meus cigarros, o nosso girassol, e muito rum para calar essa minha gritaria interna, esse meu desespero. E você, vá cantar sua vida! Mas espero que saiba que você calou a minha.

sábado, 2 de abril de 2011

in-Desejado

Amor é bom. Amor é maravilhoso. Mas o desejo é incendiador. Queima e arde. Desejo é delicioso. E com ele era só desejo. Desejo e mais desejo. Nossa cama pegava fogo. Assim como tudo na minha vida logo depois que ele entrou. Ele era o complexo ativo pra minha alma e corpo entrarem em completa combustão. Chegou só me cortejando e de repente já estava rolando no chão do escritório dele e recebendo cartões e bombons às escondidas. Queria encontrá-lo em todos os lugares e ocasiões. Mas isso não era bem a melhor coisa a se fazer. Eu era casada. Dez anos de um maravilhoso amor construído atrás de uma muralha de confiança e intimidade. O melhor sentimento que já tive. Nunca fomos o casal perfeito. Não tinha necessidade do dinheiro dele, nem da aceitação dele e nem ele da minha. Estávamos juntos por livre e espontâneo amor. Ele não era minha alma gêmea e nem eu a dele, se é que isso existe. Eramos normais, um casal. Com filhos, um cachorro no quintal e algumas contas gritando no criado-mudo. Mas tínhamos muito amor. Muito mesmo. Até ele aparecer. Apareceu e levou minha sensatez com ele. Mas como evitar? Ele era tão cheio de si. Queria me encher dele também! Sentia tanta saudade daquela vontade. Vontade de perder a cabeça. Do perigoso. E ele me trouxe tudo isso. Me levou em cada céu, em cada cama e em cada sensação indescritível. O cotidiano tinha se tornado um tédio sem ele. Sem os nossos doces encontros-as-escondidas. Eu abandonaria tudo. Tudo! Só por ele. Só pra ser só dele. E eu já não conseguia esconder isso de ninguém. Nem de quem eu deveria.

Very Gold

"Nos demais o coração tem moradia certa, fica aqui, bem no meio do peito. Mas comigo a anatomia ficou louca, sou todo coração!" V.M

 
"O essencial é invisível aos olhos!" Saint-Exúpery