quinta-feira, 7 de julho de 2011

Terra dos inversos

Tem anos que tenho perambulado por esta terra. Onde tem desde de geleiras a cactos. De natureza exuberante e por vezes desértica. Terra com vida. Aqui habitam seres de sangue frio e alguns de sangue quente. Tenho visto sujos fatos e limpas mascaras de uns tipos incomuns. Alguns matam, desmatam, negam e se negam, outros são intensos demais, no amar e no repudiar. Convivemos com uma organização capitalista em nossa sociedade, contribuintes e ladrões se esbarrando em todas as esquinas e sessões de eleição. Aproveitados e aproveitadores. Andando pelas ruas e vielas podemos avistar milhares de tipos e biotipos. Pacificadores, guerrilheiros, puritanos e rebeldes. Gente que muito se veste e outros que gostam da nudez. Poucos escrevem leis, a maioria não sabe escrever nem o próprio nome. Tímidos e sem-vergonhas. Ninfomaníacos e assexuados. Também não quero esquecer daqueles que ainda brilham a luz na escuridão. Que não desejam mal a quase ninguém. Dos que ainda querem viver a vida ao invés de roubá-la. Aqui, a terceira lei de Newton as vezes falha e por vezes, nem existe. Principalmente quando as ações são do tipo top to down. Também se mostra falha, aos olhos humanos, quando se trata da essencial ação de amar. Desta, participam amantes, amadores, amados, traídos, fracassados e vencedores. O amor é colocado pelos seres humanos como uma prioritária questão a ser respondida, desvendada, transfigurada, e por alguns radicais, até mesmo amarrada, amordaçada e trancafiada  em algum lugar que não possa mais trazer grandes problemas. Todos que por aqui andam, seguem um relógio que quantifica quantas horas ainda se tem para viver. Todos cronometram o tempo que falta para voltarem ao lugar de onde vieram. Essa é outra questão problematizada neste planeta. Ninguém sabe afirmar com sentencial   certeza suas origens, e muito menos, seus destinatários. Uns confiam em entidades divinas que moram no azul do céu, outras que já viveram por aqui anos atras mas não se lembram do que aconteceu. Cada um se entregando a prática mais cabível a suas ideias. Seres que tem medo de que sua existência caia no esquecimento de todos. Fazendo com que sejam notados, avaliados e categorizados, para que seja fácil o acesso, por outros, às suas vivências e memórias, quando deixarem de se materializar nesta terra. Nesses meus dias de existência tenho transformado a mim, e ao meio. Deixando vestígios do meu legado por este planeta. Esperando pelo dia em que não terei nada mais que aprender aqui e virarei um outro ser. Continuo aproveitando esses dias de sol e os humanos que eu amo. O que pretendo deixar aqui são apenas ideias boas, mas por vezes, a convivência nos amassa e engana, transgredindo nossas ações e deturpando nossos pensamentos. Deste mundo também pretendo levar bons sentimentos, aprendizados e poesias decoradas. Pretendo permanecer aqui por mais algum tempo. Brindando a vida e louvado a natureza.

1 comentários:

Anônimo disse...

uau

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Very Gold

"Nos demais o coração tem moradia certa, fica aqui, bem no meio do peito. Mas comigo a anatomia ficou louca, sou todo coração!" V.M

 
"O essencial é invisível aos olhos!" Saint-Exúpery