quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Finito

Quem disse que um grande-amor tem que durar  para sempre? Entre mim e ele o sentimento-amor perdurou  pra sempre mas o relacionamento não chegou a tanto. Não porque houve algo catastrófico ou clichê, o que aconteceu conosco foi, nós-mesmos. Na primeira-vista, quando o conheci naquela-livraria-da-esquina já sabia que aquele simples café que você me pagou, geraria momentos e sentimentos indescritíveis; Você era um garoto vivo e cheio de sonhos, que sonhava realizar, você não precisava de mais ninguém para ser feliz, você era completo - pelo menos pra mim - sabia falar palavras encantadores e cantar músicas que me levavam a cenas dos meus livros-filmes-de-romântica. Já eu, era apenas uma menina que se escondia do mundo e da realidade, as pessoas nunca me entendiam, ou era eu que não conseguia me explicar. Mas mesmo com tantos, "Porque você é assim ou assado?" o nosso amor começou a ser conjurado e jurado e amado e vivido, por mim, por você e o mais importante, por nós! Vivemos dias de verão em que o sol era menos brilhante e quente do que nossas almas juntas, vivíamos da minha forma, como se o mundo não existisse, somente eu e você. E isso tudo fez com que boa parte de mim virasse você, uma pessoa totalmente diferente, e sem que eu percebesse, em mim já estava muito-de-você, nas ações, na fala, no sorriso, no piscar-dos-olhos, nos jeitos e nos trejeitos! Você sempre me disse que iríamos ser felizes-para-sempre, e para aquele sempre nós fomos muito felizes, até demais, a felicidade não era nem do tamanho de nós, ela exalava das nossas palavras e respirações, contagiava a quem olhava e passava por nossas vidas. Caminharam por nós, verões, outonos, invernos, primaveras e de novo verões, outonos, invernos e primaveras, e nós continuávamos juntos, passaram-se noites em branco, noites no bar, noites na rua, noites nas lágrimas, e nós continuávamos juntos, aconteceram, quebras-de-pratos, quebras-de-promessas, quebras-de-horário, quebras-de-mentiras, quebras-de-eus, e nós continuávamos juntos. Mas em um dia, sem discussão, sem novas mulheres, sem novos homens, sem novas realidades, decidimos, juntos, que era a hora de nos deixar, de deixar nosso sentimento viver independente da presença, da convivência, deixá-lo apenas viver, livre de promessas e mãos dadas, era a hora de seguirmos, sem o outro, mas seguirmos, rumo a novas vidas, novos sentimentos e novas estações. Mas sabíamos que jamais, sairia de nós o sentimento que nos consumiu tão intensamente! Ele continuaria a viver independente de qualquer vida que estaria por vir...

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"Nos demais o coração tem moradia certa, fica aqui, bem no meio do peito. Mas comigo a anatomia ficou louca, sou todo coração!" V.M

 
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