sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
Véspera de natal
Acordei hoje, 24 de dezembro, um dia tão branco lá fora e aqui dentro. As únicas cores que se destacam são os verdes e vermelhos das lojas, comercializando mais uma data que deveria ser apenas um dia repleto de calor e amor na casa e no coração de cada um! E eu levantei sem disposição alguma, com aquele velho e nauseante gosto-de-sono na boca, me levantei joguei algumas bolinhas de comida pro peixe-laranja que você me deu - que por sinal, parecia me amar mais do que você. Nem me amar, apenas necessitar de mim -, me permiti não dobrar os lençóis que você nem chegou a deitar essa noite - onde você passou a noite seu estúpido-ladrão-de-vidas? -, fui no chuveiro e coloquei na opção inverno, e deixei esquentar até começar a sentir o banheiro todo cheio de fumaça. Queria que ela me sufocasse, e me desse um certo mal-estar, pra ver se da minha mente sairiam todas as palavras horríveis que insistem em me magoar todos os dias - Minha vontade era de terminar aquele banho, pegar as minhas roupas, colocar dentro de uma caixa, e ir embora. E voar pra outro lugar, onde você se tornasse apenas um passado. Acho que isso é impossível, mas eu tentaria, eu precisaria tentar. Dentro de mim não consigo mais encontrar um espaço pra mim mesma, só existe você, e o seu ego-gigantesco! Por que você não abre o jogo e me diz logo que não me quer mais na sua vida, na sua medíocre e fingida vida, me manda embora, me livra de você. - Eu vivo falando isso, mas não sei bem se conseguiria viver sem você. - Quando cheguei aqui, foi você quem me deu casa, comida, vida, verões e invernos. Você me fez sobreviver a minha solidão, a minha indecisão, você me ajudou a superar meu medo da vida e das pessoas. Mas porque diabos agora mudou pra você? O que aconteceu? Eu não faço mais o seu tipo? Não preencho e encho a sua vida de felicidade mais? Será que fui eu mesmo a mudar? Ou é você que tomou a decisão de me matar dessa forma? -. Saí do chuveiro, me arrumei e desci. Lá em cima da mesa estava mais uma das suas chantagens-emocionais, um buquê de girassóis, com um cartão dizendo 'feliz natal'. Por mim você poderia jogar aquele presente e todos os outros pela janela, ou melhor engoli-los todos, desaparecer com eles. Não era disso que eu precisava, era só de você. Nada mais e nem menos que você. Mas, sinceramente, você não está mais me merecendo, você mudou tanto, pro meu azar é claro. Talvez por sorte das outras que beijam seu pescoço e te tiram de mim. Você não tem vergonha de um dia ter me arrancado de casa e me trazido pra cá através das suas mentiras e falsidades imundas? Eu quero ir embora, e te abandonar, e daqui 30 anos te encontrar em uma cafeteira, com o cabelo grisalho e a mesma voz doce, mas com a prepotência e a ignorância no fundo-do-poço. Talvez quando isso acontecer, poderemos ser felizes juntos. Mas por enquanto, não dá, nos tornamos pessoas muito diferentes, você não me escuta e eu não sei mais bem o que te falar! Não sei se te deixo um bilhete, ou se vou embora e não falo mais nada. Acho que combina mais conosco, um bilhete, curto, triste e molhado. Adeus. Sentirei saudades,
Postado por
Izabella Verônica
às
20:21
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Very Gold
"Nos demais o coração tem moradia certa, fica aqui, bem no meio do peito. Mas comigo a anatomia ficou louca, sou todo coração!" V.M
2 comentários:
Que LIN-DO! ;*
*------------* Obrigada (L)
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